quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A hipocrisia do Natal

Essa época do ano me irrita...

Um monte de gente hipócrita fazendo "caridade" com a intenção de salvar suas próprias almas ou, pior ainda, parecer pessoas boas perante amigos, colegas e parentes.

É nessa época que a gente vê o povo dando dinheiro praquelas crianças no farol. As mesmas crianças que eles escurraçam de perto dos seus carros durante todo o resto do ano. Ou então ajudando instituições de caridade que são ignoradas completamente durante todo o resto do ano.

Aí chega o Natal e tudo muda... De uma hora pra outra as pessoas se enchem de bondade e querem fazer de tudo pelas outras pessoas, sem esperar nada em troca (pelo amor de deus... espero que estejam captando meu sarcasmo nessa frase. hahaha).

Nota pra mim mesma: escrever um post sobre o meu uso abusivo de expressões sacras, tipo "pelo amor de deus", "minha nossa senhora da aparecida" e afins. hehehe

And I say: H I P O C R I S I A

Já escrevi um post aqui no Divina Chama falando sobre a bobagem que é o tal do altruismo religioso. Essa coisa de bondade de natal talvez seja ainda mais hipócrita.

Me criticam por eu não acreditar em nada. Já tive até que ouvir coisas do tipo "sem uma religião você não tem valores morais" e talz... Mas eu, pelo menos, sou constante. Não ajudo ninguém mesmo, a não ser as pessoas que gosto e quando faço só espero que a pessoa também continue gostando e se importando comigo, não espero nem que retribua a ajuda algum dia. E isso, pasmem, sem acreditar em nenhuma religião! (espero que tenham captado o sarcasmo novamente no meu "pasmem")

O pior de tudo isso é ter que aguentar esse papinho todo nessa época do ano e ficar quieta, pra não ofender familiares e amigos que não se preocupam nem um pouco com o que você pensa quando atacam o ateismo. Mas não me importo. Quer dizer, me incomoda, mas fico quieta mesmo assim, porque me considero uma pessoa civilizada e conseguir suportar provocações dos que não têm argumentos é uma das funções de pessoas civilizadas.

Pronto, descarreguei minha ira de fim de ano... agora é só aproveitar o Reveillon, onde as pessoas voltam a ser consumistas, promíscuas, superficiais e aquela coisa toda que elas realmente são. ;)

Beijocas!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Chico Xavier

Ai ai ai! Eu juro que não entendo essa necessidade que as pessoas têm de serem enganadas e feitas de idiotas.

Quer dizer, acreditar que o cara fala com espíritos (isso, é claro, imaginando que espíritos existem) é fácil, mas acreditar em vida fora da Terra (mesmo depois de ser provado) não dá?

Assisti o filme do Chico Xavier esses dias na TV. É realmente impressionante como as pessoas estão dispostas a seguir cegamente uma pessoa quando esta afirma ter algum dom sobrenatural (nenhum exemplo seria melhor do que Jesus Cristo pra essa afirmação).

Minha visão do que aconteceu no caso do "medium"? Bem... quando criança ele parecia ser como qualquer outra criança criativa. Tinha amigos imaginários assim como eu também tive. Depois, chegou um momento em que ele percebeu que se continuasse com a história podia se dar bem... simples assim...

Achei o filme uma porcaria... não foi bom em mostrar a vida do cara nem foi bom em contar uma historinha bonita do casal que tinha perdido o filho, mas algumas coisas são facilmente identificáveis.

Chico Xavier desenvolveu gosto pela leitura muito cedo. Qualquer um nesse mundo que é inteligente, que gosta de ler e que escolhe as literaturas certas pode desenvolver um método para arrebanhar pessoas sem a menor dificuldade. Chico Xavier escolheu dizer que podia conversar com os mortos e se deu muito bem! É conhecido quase no mundo todo por isso.

É o que eu sempre digo quando surge o assunto de profissão e dinheiro. Se eu tivesse menos escrúpulos fundaria uma igreja e tenho certeza de que ganharia muuuito dinheiro. Alegaria que sou capaz de conversar com algum santo que tem bastante carisma e pronto. Bolsos cheios de dinheiro facilmente.

Mas.... não conseguiria dormir tranquila sabendo que estaria usando a inocência das pessoas em benefício próprio. (Sim! É possível diferenciar o certo do errado e ter consciência mesmo sem acreditar em deus.)

Agora, a pior parte de todas e o fanatismo... Se tem uma coisa que me tira do sério, é o fanatismo. Não mostra no filme, mas eu sou capaz de apostar que muitas daquelas pessoas histéricas na frente da casa de Chico Xavier acabaram fazendo bobagem. A família do cara não o mandaria embora de casa à toa. Além do mais, historicamente sabemos que o fanatismo sempre termina em violência. Violência santa. É a religião terminando em sangue sistematicamente.

O mundo tem que acabar mesmo...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pena de Morte

Oi, gente!

O post de hoje tem pouco a ver com o tema principal do blog, mas cabe melhor aqui do que no Coisa de Meninos Nada e, de qualquer forma, expressa opiniões pessoais que é o que eu imaginei para o Divina Chama.

Fiz um vídeo comentando a matéria da revista Veja "Por que os bandidos matam" em resposta a um tweet do meu cunhado desta manhã apoiando a pena de morte após ter lido a matéria.

Mesmo eu, que sou atéia, acredito que a vida é mais importante do que qualquer coisa que o ser humano pense ser justo ou correto. Ninguém tem o direito de acabar com uma vida e é isso que explico no vídeo.



Comentem à vontade! Como disse no vídeo, a discussão é saudável.

Beijos e até mais.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sou mais o dragão do Carl Sagan

Quando li "O mundo assombrado pelos demônios", do Carl Sagan, percebi que tinha encontrado o meu livro preferido logo no início.

Antes dele já tinha lido (também de Sagan) "Contato" e "Bilhões e Bilhões" e já tinha gostado bastante. Claro, porque Carl Sagan sempre teve uma forma muito simples de falar de ciência que faz com que qualquer um entenda o ponto onde ele quer chegar.

Mas em "O mundo assombrado pelos demônios" ele consegue ser tão perfeito em suas linhas de raciocínio que não tem como ler o livro uma vez só.

Pra ser mais precisa, a parte do livro que ele conta que tem um dragão morando na garagem dele foi um dos textos mais hipnotizantes que já li até hoje.

É uma pena que pessoas manipuladas por religiões simplesmente ignorem textos como este. Na minha opinião, o dragão de Sagan salvaria muito mais almas do que qualquer deus de qualquer religião que rola por aí...

Bom... de qualquer forma, acho que o texto merece um espaço aqui no Divina Chama. Então, aí vai...

- Um dragão que cospe fogo pelas ventas vive na minha garagem.

Suponhamos que eu lhe faça seriamente essa afirmação. Com certeza você iria querer verificá-la, ver por si mesmo. São inumeráveis as histórias de dragões no decorrer dos séculos, mas não há evidências reais. Que oportunidade!

- Mostre-me – você diz. Eu o levo até a minha garagem. Você olha para dentro e vê uma escada de mão, latas de tinta vazias, um velho triciclo, mas nada de dragão.

- Onde está o dragão? – você pergunta
- Oh, está ali – respondo, acenando vagamente. – Esqueci de lhe dizer que é um dragão invisível.
Você propõe espalhar farinha no chão da garagem para tornar visíveis as pegadas do dragão
- Boa idéia – digo eu –, mas esse dragão flutua no ar.

Então, você quer usar um sensor infravermelho para detectar o fogo invisível.
- Boa idéia, mas o fogo invisível é também desprovido de calor.

Você quer borrifar o dragão com tinta para torná-lo visível.
- Boa idéia, só que é um dragão incorpóreo e a tinta não vai aderir.

E assim por diante. Eu me oponho a todo teste físico que você propõe com uma explicação especial de por que não vai funcionar.

Qual a diferença entre um dragão invisível, incorpóreo, flutuante, que cospe fogo atérmico, e um dragão inexistente? Se não há como refutar a minha afirmação, se nenhum experimento concebível vale contra ela, o que significa dizer que o meu dragão existe?

A sua incapacidade de invalidar a minha hipótese não é absolutamente a mesma coisa que provar a veracidade dela. Alegações que não podem ser testadas, afirmações imunes a refutações não possuem caráter verídico, seja qual for o valor que possam ter por nos inspirar ou estimular nosso sentimento de admiração. O que eu estou pedindo a você é tão somente que, em face da ausência de evidências, acredite na minha palavra.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Catedral de Toledo

Fui viajar pra Europa, com meu marido, nas férias.

Conhecemos algumas cidades de Portugal, algumas da Espanha e Paris.

Em Portugal, passamos por Fátima. Pra mim, aquele lugar é uma Aparecida do Norte mais deprimente ainda. Sério... não tem como olhar praquelas pessoas e não ter dó delas...

Mas o foco do post não é esse...

Visitamos Toledo, na Espanha. A cidade é linda e as coisas relacionadas ao período medieval são impressionantes!

Em toda a viagem, evitei as igrejas, catedrais e essa coisa toda. Queria manter minha viagem agradável... Mas em Toledo, a visita à Catedral fazia parte da excursão...

Eu nunca tinha visto nada tão impressionante em toda a minha vida. Tive vontade de vomitar!

A catedral é linda! Obras de arte maravilhosas! Os detalhes nas estátuas, nas pinturas, nos vitrais... tudo é simplesmente perfeito! O problema é que, em cada detalhe, vê-se o esforço da igreja em manipular cada sentimento nas pessoas que entram naquele lugar e subjugá-las.

Chega a dar nojo...

Primeiro que tudo é imenso! Intimidador! Pode-se colocar um prédio de 8 andares dentro da igreja! É realmente muito alta e te dá até um nó no estômago quando você olha pra cima! Meio que medo...

Outro detalhe é que a catedral não possui um altar. Ao invés dele, você vê, no centro da construção, uma segunda construção... menor... como se fosse um cercado. Era lá dentro que os padres rezavam as missas (em Latim... que ninguém entendia...). Ninguém os via, só ouvia suas vozes.

Aí imagina só... você não sabe ler, nem escrever, não tem acesso à nenhum tipo de literatura, sua cultura limita-se às estórias que seus pais e seus avós te contam e aí você entra numa construcão gigantesca e ouve uma voz falando num idioma que você não entende vindo de uma sala que você não consegue enxergar nada dentro... O que você pensa?

Isso sem contar aqueles desenhos e esculturas todas, que retratam pessoas com feições sérias, preocupadas, com medo.... tudo pra intimidar ainda mais as pessoas que entravam na igreja. A única imagem simpática em toda a construção é uma estátua de Maria segurando Jesus, ainda bebê no colo e sorrindo.

Fora isso, só se vê imagens que dão medo e algumas que parecem bichos... sei lá...

É isso que a religião é! Uma arma! Pra manter as pessoas (mesmo as mais instruidas) sob um domínio que não se pode contestar. É deprimente e malévolo. E nunca teve outro intuito, nem no início. Pra mim, a religião já nasceu pra ser algo ruim. Tipo bomba atômica. Que não tem absolutamente nada de bom.

Fechou... tem mais coisas pra falar, mas acho que, por hora, vou parar por aqui...

Ahhh.. sim... e é proibido fotografar o interior da catedral.. mesmo sem flash... olha só que coisa...

sexta-feira, 5 de março de 2010

E tudo começou com o Gênesis...

Olá pessoas!

Desculpem a demora em postar algo aqui, é que tenho algo em minha vida (trabalho) que consome muito tempo, impedindo eu de viver.

Não tenho nada de interessante no momento para escrever, a não ser uma recente aquisição feita, do livro "Gênesis", do Robert Crumb.


Pra quem não conhece o artista, ele é um dos primeiros a fazer desenhos underground. Provavelmente alguém já deve ter visto um desenho dele, com personagens característicos, traços bem definidos e "sujos".



O livro é excelente! Basicamente, ele escreveu todo o livro de Gênesis da bíblia em formato de quadrinhos! Agora, pra quem acha que vai encontrar contradições, Crumb baseou-se em uma fonte em inglês, e outras 2 em hebraico, mantendo os desenhos numa fidelidade com o texto que é de ficar surpreso. Principalmente quando, em uma entrevista, ele disse isso:

“Estou sendo fiel a cada palavra. Estou usando a versão judaica, a Torá, que é muito próxima da versão cristã, mas um pouco mais precisa, minha versão é bem direta. Ainda que haja alguma nudez nela, não fiz nada chocante. Adão e Eva não usavam roupas, então os desenhei andando nus, mas não os mostrei transando ou algo do tipo. O que vai surpreender as pessoas, e me surpreendeu quando eu li, é a quantidade de coisas estranhas que estão no texto e que eu vou ilustrar detalhadamente”.

Na primeira parte, você já se assusta de como ele desenha aquela "cobra" que engana Eva para comer a maçã. Mas pra evitar spoilers, paro por aqui.

O livro tem acabamento esxcelente, capa dura e desenhos em preto e branco. Segue abaixo uma foto da parte que ele fala da torre de Babel:



O preço do livro tá meio salgado (cerca de R$49,90), mas consegui ele na Livraria Cultura (Shopping Villa-Lobos) por R$32,90 usando o cartão da livraria. Pelo que vi, o valor na livraria de verdade bate com o da Internet:

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=9038976&sid=18918825712220615083003074&k5=EDECC33&uid=

Mas é isso! Pra terminar, mais uma passagem interessante, mostrando que embora nós tenhamos respeito com todos, não importa raça, condição financeira, religião e condição física, Deus não se importa muito com os deficientes físicos não:

"[...] Não poderá apresentar-se ninguém defeituoso, que seja cego, coxo, atrofiado, deformado, que tenha perna ou braço fraturado, que seja corcunda, anão, que tenha defeito nos olhos ou catarata, que tenha pragas pustulentas ou que seja eunuco. Nenhum dos descendentes do sacerdote Aarão se apresente, com algum defeito, para apresentar ofertas queimadas a Deus. [...]"
(Levítico, 21:18-21)

Isso aí! Até a próxima!